No dia anterior, tínhamos deixado o porto de Piraeus de forma tranquila, com mochila às costas, equipados com medicamentos e material de saúde, onde seguimos de metro para o centro de Atenas. Na memória, as famílias a que demos assistência nesse fim de tarde ou pela noite dentro. Não sei bem. As horas andam trocadas. Deixamos de trabalhar não em função de horários, mas de necessidades.
Aos poucos, fomos sendo informados que estavam a ser convidados a entrar nos autocarros para seguirem para outros campos. "Onde?" Não se sabia bem ao certo. Mulheres e crianças no autocarro do meio. A deportação é real. "Não era só daqui a 2 dias?". "Porquê a segregação?". Silêncio ensurdecedor.
Viro as costas a todo este cenário. Olho para o mar, o mesmo mar que os trouxe os levará de volta e questiono-me: "que Europa é esta?!" Seco a lágrima que me escorre da cara, discretamente. A fila no "posto de saúde" começa a crescer. Voltemos ao que me trouxe aqui.
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